Gestor de Riscos: como se tornar um bom líder em gestão de riscos?
Gestão de Riscos
Quer se especializar em gestão de riscos? Temos algumas informações para você
O número de empresas com função específica para líderes de gestão de riscos segue em expansão. A afirmação reflete os dados históricos de um estudo da Deloitte. Em 2024, 59% das companhias mapeadas revelaram ter esse profissional na equipe. O índice é superior aos 41% registrados em 2022 e aos 30% mapeados em 2020.
A tendência é que essa expansão se matenha. Afinal, a complexidade operacional das empresas só cresce. Regulações e exigências legais também compões esse cenário.
Somando a isso estãos as instabilidades políticas e econômicas e as mudanças climáticas. Isso sem falar nos avanços tecnológicos, que representam um desafio à parte.
O momento pede estratégias robustas para prevenir problemas, evitar perdas e manter o negócio funcionando. Um contento em que o Gestor de Riscos chega para ser o guardão da resiliência organizacional. É importante explicar que o profissional também é conhecido como Chief Risk Officer ou pela sigla CRO.
Está interessado em seguir essa carreira? Então não deixe de ler esse artigo..
Na prática, o que faz um Gestor de Riscos?
O Gestor de Riscos existe para proteger uma empresa de ameaças. Faz isso com orientações para que as decisões sejam seguras. Também é dele a missão de garantir que a companhia siga em atividade mesmo diante de contratempos. Nessa jornada, mitiga as perdas, melhora processos e garante a estabilidade do negócio.
O dia a dia desse profissional é bastante dinâmico e, às vezes, imprevisível. Demanda estratégia para executar atividades como:
Identificar riscos
Analisa documentos, processos, projetos, acordos e estratégias. Faz isso com o objetivo de descobrir possíveis ameaças que possam expor a empresa a riscos.
Avaliar e classificar as ameaças
É um processo que visa compreender tanto o impacto quanto a probabilidade dos riscos. Assim, fica mais fácil entender o que realmente importa e merece atenção.
Estabelecer um plano com ações e prazos
Trata-se de uma espécie de manual estratégico. Um documento em que estão definidos os riscos aceitos e transferidos. Assim como estratégias para mitigar e combater ameaças.
Monitorar as ações de maneira contínua
Para isso, acompanha indicadores. Assim, mantém os riscos sob controle e mapeia sinais de alerta. Regularmente, revisa e atualiza o plano, principalmente as ações mais críticas.
Manter o board informado
É o responsável por reportar informações ao board. Faz isso por meio de relatórios à diretoria e ao conselho. São dados estratégicos relacionados a riscos e status do plano de ação.
Conscientizar a equipe
Esse gestor conscientiza os demais pelo exemplo. Mas também promove palestras, treinamentos e campanhas sobre cultura de risco e condutas esperadas.
Formação desejada de um gestor de riscos
A função de CRO não exige formação superior específica. Mas, em geral, tende a ter mais sucesso no cargo os profissionais com habilidade para lidar com dados e cálculos. Por isso, a posição costuma atrair quem possui graduação em Estatística, Administração, Economia, Matemática ou Engenharia.
A fluência em inglês costuma ser um requisito obrigatório. Isso é comum em companhias com atuação global e unidades internacionais. Nesses contextos, o profissional precisará ser capaz de se comunicar com clareza em reuniões. Além disso, será necessário ler e redigir documentos no idioma com precisão.
Habilidades comportamentais valorizadas na gerência de riscos
Para ter ideias e opiniões consideradas, o Gestor de Risco precisa transitar bem pelas diferentes áreas da empresa. É fundamental, ainda, que essa pessoa tenha credibilidade para influenciar decisões estratégicas. Para isso, algumas habilidades comportamentais são fundamentais:
- boa convivência com outras pessoas - capacidade de construir conexões e manter um bom convívio com colegas de diferentes áreas e níveis hierárquicos;
- comunicação clara, objetiva e empática – usar linguagem e informações que façam sentido para quem está ouvindo;
- atenção aos detalhes - algo importante para identificar pontos críticos, inconsistências e pequenos sinais de risco que estão por vir;
- capacidade analítica - habilidade de interpretar dados, cenários e situações de forma lógica e estratégica para apoiar decisões;
- senso de urgência - fundamental para agir com rapidez e de maneira certeira diante de situações que pedem resposta imediata;
- espírito de dono - o que garante ações responsáveis e comprometidas, alinhadas à visão de longo prazo;
- boa oratória - habilidade de falar em público, argumentar bem e influenciar decisões de forma clara e convincente.
Como escolher o curso ideal para você
Diferentes instituições oferecem cursos com foco na gestão de riscos ou tendo o tema como um dos tópicos do ensino. Há capacitações, por exemplo, na FGV, no Insper, na USP, no IBMEC e no Mackenzie. No entanto, recomendamos que, na escolha do aprendizado, o profissional se atente a alguns fatores:
Área de interesse
Sua intenção é ter conhecimento de riscos corporativos em geral ou se aprofundar em algum pilar específico? Tem maior interesse por um assunto? Existem ameaças financeiras, operacionais, tecnológicas, climáticas e regulatórias, por exemplo. Ter essa clareza vai te ajudar a investir tempo e dinheiro em algo mais alinhado aos seus objetivos de carreira.
Modalidade das aulas
Não dá para negar que cursos presenciais são ótimos para networking e imersão no aprendizado. Mas os formatos híbridos e à distância se destacam por serem práticos e acessíveis. Nesse contexto, o que mais conta é o comprometimento do aluno. E, claro, a qualidade do conhecimento dos professores e do conteúdo oferecido pela instituição.
Nível de profundidade do curso
Alguns cursos ensinam o básico de um tema. Outros se propõem a ensinar questões mais complexas. Entre eles, há diferentes níveis de aprendizado E está tudo certo com essa variação. O importante é escolher o conteúdo que atenda suas expectativas.
Reconhecimento do ensino oferecido
Veja se a instituição é reconhecida pelo Ministério da Educação ou outro órgão oficial. Confira se tem reconhecimento internacional ou parceria com empresas. Procure saber o que ex-alunos dizem sobre ela.
Também vale olhar sites de reclamações. Essas ações vão te ajudar a avaliar a qualidade do ensino.
Retorno do investimento
Na escolha de um curso, não é recomendado avaliar apenas o investimento financeiro. É fundamental considerar os itens mencionados acima. Vale, ainda, analisar a necessidade de investimento de tempo e energia pessoal.
Inclua nesse mapeamento o quanto o aprendizado poderá impulsionar salários e promoções. Além da capacidade de se conseguir um emprego.
Principais desafios no dia a dia de um Gestor de Riscos
Muitas pessoas pensam que os maiores desafios do Gestor de Risco são técnicos. É claro que isso é importante. Mas, na prática, o que mais dificulta o trabalho desse profissional são outros fatores.
Entre eles estão o pensamento de alguns líderes e a cultura da empresa. Veja alguns exemplos dessas barreiras:
Resistência à mudança
Há casos em que o plano de gestão de riscos pede mudança de processos e comportamentos. Como fazer isso com ampla aceitação da equipe? Como implementar prevenção para um sinistro grave, mas com pouca probabilidade de acontecer?
Falta de apoio da alta liderança
O plano de gestão de riscos precisa ser prioridade entre as estratégias da empresa. O CRO deve estar presente em reuniões decisivas. É assim que a companhia começa a operar com segurança. Mas, para isso, é fundamental que a alta liderança da empresa apoie as ações.
Conflito com outros líderes
É muito importante que o Gestor de Riscos tenha bom relacionamento com os demais líderes do negócio. Dessa forma, tem mais chance de ser chamado para reuniões decisivas. Isso também mitiga conflitos por disputa de orçamento, autonomia e influência.
Constante senso de urgência na empresa
Em muitas empresas, o que prevalece é o senso de urgência. Nelas, tudo é para ontem e os colaboradores vivem dinâmicas de “apagar incêndio”. Em ambientes como esses há pouco ou nenhum espaço para prevenção. O trabalho do Gestor de Riscos perde valor.
Informações ocultas
Alguns membros da equipe, incluindo líderes, escondem informações importantes do Gestor de Riscos. Fazem isso por medo de revelar falhas e serem responsabilizados por elas. Isso limita a visão do CRO sobre as ameaças que rondam o negócio.
Equivocada interpretação sobre as intenções do Gestor de Riscos
O Gestor de Riscos não existe para simplesmente barrar ações ou limitar oportunidades. Ele sabe que o caminho para crescimento e inovação envolve perigos. Nesse contexto, a missão desse profissional é ajudar a empresa a tomar decisões mais conscientes.
Como você pode notar, o gestor de riscos está na empresa para questionar e indicar o que pode dar errado em cada iniciativa. Isso pode gerar certo incômodo. Alguns líderes do negócio chegam a ter a sensação de que os processos não evoluem. Mas, no fundo, o CRO só deseja que o negócio prospere com controle dos imprevistos e preparo para eles.
Quer ampliar a reflexão sobre esse tema? Entre em contato com um dos nossos especialistas.
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